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Como Conseguir Fiança em Casos de Prisão: Seus Direitos e Procedimentos

A Fiança: Como Funciona e Quais São Seus Direitos?

A prisão em flagrante apresenta uma situação delicada. Muitas pessoas não conhecem seus direitos ou as opções de libertação disponíveis. Um dos principais mecanismos para assegurar a liberdade provisória em casos criminais é a fiança. Neste artigo, exploraremos como funciona o processo de concessão de fiança, quais requisitos você deve atender e como garantir que você respeite seus direitos.

O Que é Fiança?

A fiança representa uma garantia financeira estabelecida pela lei, permitindo que o acusado responda em liberdade ao processo criminal. Segundo o Código de Processo Penal, a fiança assegura a presença do acusado nos atos processuais e impede que ele se ausente sem autorização. Além disso, as autoridades podem utilizar o valor pago para multas, custas processuais e, em caso de condenação, indenizações à vítima

Quando a Fiança Pode Ser Concedida?

A concessão da fiança depende da natureza do crime e da pena prevista. Em casos de crimes com penas de até 4 anos de reclusão, a autoridade policial pode arbitrar a fiança, que varia entre 1 e 100 salários mínimos. Para crimes com penas superiores a 4 anos, a decisão cabe ao juiz, que pode fixar valores entre 10 e 200 salários mínimos.

Vale ressaltar que a fiança não se aplica a certos crimes, como crimes hediondos, tráfico de drogas, tortura e crimes cometidos por grupos armados. Nesse contexto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já limitou a concessão de fiança em crimes que representam grave risco à ordem pública ou à integridade das vítimas.

Procedimentos para Solicitação de Fiança

Após a prisão em flagrante, o acusado ou sua defesa pode solicitar a fiança à autoridade policial ou ao juiz, conforme o caso.

  1. Verificação da possibilidade de fiança: O advogado deve avaliar se o crime é afiançável, ou seja, se não se enquadra entre as exceções previstas em lei.
  2. Arbitramento da fiança: Se a fiança for possível, a autoridade responsável fixará o valor, considerando a gravidade do crime e as condições econômicas do acusado. Além disso, é possível solicitar a redução do valor em casos de hipossuficiência econômica, conforme o art. 350 do Código de Processo Penal.
  3. Pagamento da fiança: O advogado deve depositar o valor arbitrado em juízo, que pode ser em dinheiro ou bens equivalentes. Após o depósito, o juiz libera o acusado para que ele responda ao processo em liberdade.
  4. Liberdade provisória: Após efetuar o pagamento da fiança, o acusado poderá ser liberado, mas precisará cumprir obrigações, como comparecer a todas as intimações e não se ausentar de sua residência sem autorização judicial.

O Que Acontece Se a Fiança Não For Paga?

Se o acusado não conseguir arcar com o valor da fiança, ele ainda poderá solicitar a liberdade provisória por meio de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica ou a proibição de frequentar determinados locais. Nesse sentido, a jurisprudência do STJ determina que a incapacidade do acusado de pagar a fiança não justifica a manutenção da prisão preventiva. Assim, em situações de hipossuficiência, a defesa pode pedir a revogação da prisão preventiva ou a redução da fiança.

Quebra da Fiança e Suas Consequências

A quebra da fiança ocorre quando o acusado não cumpre suas obrigações, como não comparecer aos atos processuais ou cometer um novo crime. Nesses casos, o juiz pode determinar a perda parcial ou total do valor da fiança e impor novas medidas cautelares ou decretar a prisão preventiva.

Conforme o CNJ, a quebra da fiança pode resultar na perda do valor depositado, e as autoridades direcionam esse valor ao Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), que é responsável pelo aprimoramento do sistema carcerário.

Conclusão

A fiança representa um direito importante que garante a liberdade provisória do acusado enquanto o processo avança. Contudo, seu uso exige uma análise cuidadosa da situação jurídica e das condições econômicas. Contar com um advogado criminalista experiente é fundamental para assegurar que seus direitos sejam respeitados e garantir a correta aplicação dos mecanismos legais.

Portanto, se você ou um familiar enfrenta uma situação de prisão em flagrante, busque orientação jurídica o quanto antes. Avaliar a possibilidade de fiança é crucial para proteger seus direitos.

Para mais informações sobre a fiança e suas implicações, consulte também o CNJ.

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